Foto: Vinicius Becker (Diário)
O tempo de espera para cruzar a serra da BR-158, entre Santa Maria e Itaara, deve diminuir a partir da próxima semana. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) confirmou ao Diário que, em função do avanço das obras de contenção de encostas, irá reduzir a extensão do trecho que opera no sistema pare e siga. A liberação deve ocorrer no km-316, após o viaduto sobre o Vale do Menino Deus, ponto exato do primeiro bloqueio no sentido Santa Maria - Itaara. A medida é um alívio para os motoristas que enfrentam longas filas no local.
A lentidão no trecho é agravada pelo bloqueio da Estrada do Perau, que serviria como rota alternativa. Segundo o Dnit, a conclusão de uma nova etapa dos trabalhos nas encostas permitirá a redução do tempo de espera, e a expectativa é de que o sistema de pare e siga permanente seja extinto em breve. Nesta quinta-feira (16), para fazer o percurso entre o Trevo do Castelinho até o acesso à Brita Pinhal, a equipe do Diário levou 29 minutos. Porém, muitos moradores relatam que o tempo de espera pode durar mais de uma hora.
– A ideia é essa: a partir da semana que vem já será possível diminuir o segmento com pare e siga, situação que deve diminuir o tempo de deslocamento dos veículos e, por consequência, reduzir o tempo de espera. A equipe está trabalhando inclusive à noite para concluir aquele trecho e encerrar o pare e siga permanente – informou o Dnit.

O órgão confirmou ainda que a equipe avança com as contenções, tendo em vista o prazo final de conclusão das obras, em dezembro de 2025.
Questionado sobre a possibilidade de duplicação da descida da serra, o Dnit informou que, embora não faça parte desta obra, o projeto atual já foi pensado para o futuro. Segundo o órgão, as contenções estão sendo projetadas para assegurar espaço onde, futuramente, seja possível a construção de uma terceira faixa em algum ponto de descida. Sendo assim, o Dnit confirmou que deseja viabilizar essa terceira pista, ressaltando que todas as obras de rodovias são projetadas pensando em expansões futuras.
Como ficará?

Iniciados em março deste ano como parte da resposta federal aos estragos das chuvas de 2024, os trabalhos visam estabilizar o trecho da Serra. O investimento total ultrapassa R$ 173 milhões para garantir a segurança em 14 quilômetros da rodovia (do km 310 ao km 324).
No total, serão 6,2 quilômetros de contenções em encostas com alturas que variam de 3 a 40 metros. A complexidade da obra exige a aplicação de diversas técnicas de engenharia, como solo grampeado, cortinas de concreto atirantadas e muros de gabião, executadas por uma equipe de 228 operários, incluindo profissionais especializados que atuam com rapel para realizar perfurações e instalar as estruturas em altura.
A dimensão do projeto é refletida na quantidade de materiais: serão utilizadas 325 toneladas de aço, 3.178 metros cúbicos de concreto e um total de 133 quilômetros de tirantes – barras de aço cravadas na rocha para fixação –, além de uma área de telas de proteção equivalente a mais de cinco campos de futebol. O prazo oficial para a conclusão é dezembro de 2025.
Por conta de bloqueios parciais e totais com o sistema de pare e siga, as longas filas e a lentidão no trânsito são, em parte, um agravamento pelo bloqueio da Estrada do Perau, que serviria como rota alternativa.